O cientista alemão Hans Hass e sua esposa Lotte Hass foram, junto com Jacques Cousteau, os percursores das imagens submarinas e relatos voltados para o grande público.

O Dr. Hass, como era mais conhecido, conta em seus livros as aventuras de mergulhar entre corais, tubarões e belos organismos marinhos, nos mais diversos mares do mundo. A série de livros que escreveu mostrando como era a vida submarina, ilustrada com várias fotos P&B, fizeram grande sucesso na mesma época que Cousteau também explorava o assunto, assim, os relatos de Hans Hass são pródigos na descrição, uma vez que ele não possuía a estrutura que Cousteau tinha a seu dispor, nem as imagens em movimento que fizeram o sucesso de Cousteau.

Hans Hass 

Um lugar de destaque na história do mergulho

Hans Hass, suas aventuras e conquistas já preencheram muitos livros, e são muitos e muito ricos para recontar em detalhes.Embora seja um pilar do mergulho moderno, nunca obteve a popularidade de outros, mas seguem alguns de seus feitos:

1919: Hans Hass nasce em Viena, filho de reconhecido advogado na Áustria.

1937: Durante férias no sul da França aprende a fazer mergulho livre e a caça-sub com o inventor e escritor norte-americano Guy Gilpatrick. Hans é destaque entre os discípulos, conhecido como "o Austríaco" no histórico livro de in Gilpatrick, The Compleat Goggler, a primeira publicação no mundo sobre mergulho livre.

1938: No Mar Adriático (costa da ex-Iugoslávia), Hans bate fotos com uma caixa-estanque feita por ele mesmo, usando um capacete de mergulho com ar da superfície projetado por ele mesmo.

1939: Acampando nas praias de Bonaire, filma o primeiro documentário sub-aquático do mundo, Stalking Beneath the Sea. Ao retornar para a Universidade de Viena, ele muda sua matrícula de Direito para Zoologia, alcançando título de Ph.D.

1941: Among Corals and Sharks, o primeiro dos muitos livros de Hans Hass, é publicado na Áustria. Começa a mergulhar com o Rebreather de oxigênio marca Dräeger, que ele modifica com auxílio do engenheiro Hermann Stellzner. Cria a expressão "mergulho nadado" para diferenciar da modalidade existente até então de "mergulho caminhado" usado por escafandristas.

1942-45: Dispensado do serviço militar por problema circulatório, Hans continua suas pesquisas, publicações e palestras. Prepara um barco, o Sea Devil, para pesquisa marinha e lança-se em expedição ao Mar Mediterrâneo. Quando a guerra acaba, o navio é confiscado pelo exército Russo.

1949: Para resgatar sua carreira, Hans viaja ao Sudão. Com câmeras e um rebreather é o primeiro mergulhador autônomo a mergulhar no Mar Vermelho. Dali resulta o livro Manta: Under the Red Sea, uma sensação no mundo inteiro.

1950: Hans Hass monta uma segunda expedição ao Mar Vermelho, desta vez para produzir um filme. A bordo sua bela secretária, Lotte Beierl. Ela aprendeu a mergulhar e fotografar para acompanhar Hans na expedição. Torna-se famosa mundialmente por ser a primeira modelo de mergulho, e logo mostra-se indispensável no campo profissional e pessoal. Casam-se ao retornar para Áustria.

1951: O filme Under the Red Sea vence todos festivais que participa. Ele usa os recursos para fundar o International Institute for Marine Research, e para equipar uma escuna de três mastros como embarcação de pesquisa batizado Xarifa, tradução árabe para "mulher charmosa."

1952-1960: O Xarifa faz expedições cobrindo quase todo planeta, de Carribe à Austrália, sendo o primeiro mergulhador scuba (autônomo) na maioria dos locais. Seguem usando rebreathers por logística e pela aproximação fácil da vida marinha. Hans projeta a Rolleimarine, a primeira câmera fotográfica de mergulho a ser produzida em séries. Mesmo sem lentes sofisticadas, suas fotos de raias-manta, tubarões-baleia, cachalotes, tubarões brancos e naufrágios tornam-se padrão para toda geração de fotógrafos sub. Segue escrevendo livros, dando palestras e fazendo filmes. Oito livros são traduzidos para o Inglês, inclusive um de Lotte Hass, Girl on the Ocean Floor. Pesquisadores visitantes a bordo do Xarifa produzem mais de 200 trabalhos científicos.

1961: Hans Hass vende o Xarifa e abandona o mergulho para desenvolver sua teoria do impacto global do crescimanto populacional e expansão tecnológica, batizada por ele "Energônica."

1997:  com 78 anos de idade, Hans Hass limitado pelo peso da idade, mas com o humor e lucidez perfeita, acompanhado pela esposa Lotte, aceitou a mais alta honra conferida pelo DEMA em Orlando.

"Entre Corais e Tubarões"

Autor:Hans Hass

Editora Aster de Portugal - 1963

158 páginas - várias fotos P&B